Estreou no início de março o espetáculo Os Mamutes, na arena do Espaço Sesc . Geralmente, quando escrevo comentários sobre uma peça, tento fazer um paralelo com a minha história. Dessa vez o texto de Jô Bilac se superou. Tudo ali dito faz parte das loucuras que eu já havia pensado, das brincadeiras de criança que eu já participei, principalmente na minha cabeça louca. Nem vou contar um pedaço disso, pois é tão íntimo, e Jô Bilac me atingiu tão profundamente, que só me cabe aqui começar aplaudindo.
Os mamutes são pessoas que não têm a menor importância para a humanidade e aí são transformadas em hambúrguer. Ninguém se preocupa com elas, ninguém reclama sua ausência, elas não tem a menor importância para ninguém. Ora, pois, se não servem para nada, servem para serem comidas. E aí começa a caçada ao mamute perdido. Nem parece a primeira peça, escrita aos 18 anos, do já premiado e comentado autor. Tem tudo ali que importa no teatro: critica social, humor, ironia, reflexão e conclusão. Gosto quando a plateia sai do espetáculo pensando no assunto. Modificada. Os Mamutes nos modifica.
Os atores do grupo formam um conjunto de grande competência. Não há como destacar um ou outro. Todos estão confortáveis e muito bem encaixados em seus papeis. Por ordem de entrada em cena, Débora Lamm faz uma garotinha incrível, cheia de questões e maldades imaginativas típicas. Diogo Camargo interpreta o jovem mocinho, em busca de seu lugar ao sol, cheio de perguntas, criticas sobre o dia a dia das pessoas comuns. Zé Wendell e Júnior Dantas são hilários como os gêmeos donos da empresa de hambúrguer. Ricardo Souzedo é aquela consciência do bem contra o mal e até do mal contra o bem. Iano Salomão é um romântico e Juliane Bodini divertidíssima como a mulher bomba. Carolina Pismel impagável como Frenesi. Jefferson Schroeder brilhante como Lola Blair. Luiz Antônio Fortes carismático com seu Squel e Cristina Flores a própria Shiva, inteira.
Na parte artistica, Nello Marrese, sempre competente, cria uma cenografia limpa, com poucos objetos, porém delicados e necessários. Flávio Souza acerta em gênero, número e grau no figurino. Renato Machado transforma a iluminação em personagem necessário à trama, fazendo um colorido em cena, iluminando momentos importantes como se fosse um poema. Sem a preparação corporal de Daniela Amorim, não sei como todos estariam vivos ao fim do espetáculo!
E é Inês Viana quem comanda esta deliciosa comédia. Acompanho o trabalho desta atriz faz tempo. A Mulher que Escreveu a Bíblia é uma das minhas peças favoritas. Depois com Cochambranças de Quaderna, Inês mostrou que é mais que delicada, severa, rígida e inteligente. Sua direção para Os Mutantes, pra mim, é perfeita. Ninguém faria melhor. A arena do Espaço Sesc pede um espetáculo ágil, onde os 360 graus de plateia possam ter o mesmo sabor, de onde quer que assistam, e Inês consegue isso como poucos. Vemos aparecer uma diretora adormecida, que como um vulcão mostra todo seu talento e, arrisco a dizer, via roubar a cena teatral carioca e colocar muito diretor consagrado no bolso. Prêmio Shell para a direção de Inês Vianna já!
Os Mamutes é um Jô Bilac da melhor qualidade, um elenco de primeiro time, uma equipe técnica nota dez e uma das melhores direções de teatro dos últimos tempos.
Os mamutes são pessoas que não têm a menor importância para a humanidade e aí são transformadas em hambúrguer. Ninguém se preocupa com elas, ninguém reclama sua ausência, elas não tem a menor importância para ninguém. Ora, pois, se não servem para nada, servem para serem comidas. E aí começa a caçada ao mamute perdido. Nem parece a primeira peça, escrita aos 18 anos, do já premiado e comentado autor. Tem tudo ali que importa no teatro: critica social, humor, ironia, reflexão e conclusão. Gosto quando a plateia sai do espetáculo pensando no assunto. Modificada. Os Mamutes nos modifica.
Os atores do grupo formam um conjunto de grande competência. Não há como destacar um ou outro. Todos estão confortáveis e muito bem encaixados em seus papeis. Por ordem de entrada em cena, Débora Lamm faz uma garotinha incrível, cheia de questões e maldades imaginativas típicas. Diogo Camargo interpreta o jovem mocinho, em busca de seu lugar ao sol, cheio de perguntas, criticas sobre o dia a dia das pessoas comuns. Zé Wendell e Júnior Dantas são hilários como os gêmeos donos da empresa de hambúrguer. Ricardo Souzedo é aquela consciência do bem contra o mal e até do mal contra o bem. Iano Salomão é um romântico e Juliane Bodini divertidíssima como a mulher bomba. Carolina Pismel impagável como Frenesi. Jefferson Schroeder brilhante como Lola Blair. Luiz Antônio Fortes carismático com seu Squel e Cristina Flores a própria Shiva, inteira.
Na parte artistica, Nello Marrese, sempre competente, cria uma cenografia limpa, com poucos objetos, porém delicados e necessários. Flávio Souza acerta em gênero, número e grau no figurino. Renato Machado transforma a iluminação em personagem necessário à trama, fazendo um colorido em cena, iluminando momentos importantes como se fosse um poema. Sem a preparação corporal de Daniela Amorim, não sei como todos estariam vivos ao fim do espetáculo!
E é Inês Viana quem comanda esta deliciosa comédia. Acompanho o trabalho desta atriz faz tempo. A Mulher que Escreveu a Bíblia é uma das minhas peças favoritas. Depois com Cochambranças de Quaderna, Inês mostrou que é mais que delicada, severa, rígida e inteligente. Sua direção para Os Mutantes, pra mim, é perfeita. Ninguém faria melhor. A arena do Espaço Sesc pede um espetáculo ágil, onde os 360 graus de plateia possam ter o mesmo sabor, de onde quer que assistam, e Inês consegue isso como poucos. Vemos aparecer uma diretora adormecida, que como um vulcão mostra todo seu talento e, arrisco a dizer, via roubar a cena teatral carioca e colocar muito diretor consagrado no bolso. Prêmio Shell para a direção de Inês Vianna já!
Os Mamutes é um Jô Bilac da melhor qualidade, um elenco de primeiro time, uma equipe técnica nota dez e uma das melhores direções de teatro dos últimos tempos.
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