Vizinhos... Só não tem quem mora no mato. E mesmo assim os animais da floresta estão ali, para atormentar, amedrontar ou animar!! Aqui no Edificio Ilhéus – Salve a Bahia, Sinhô – eu me divirto. Falo com poucos. O que mais me faz graça são as brigas por causa dos cachorros que latem com vontade. Eu amo bichos, então não ligo. Mas já teve de tudo: de tentativa de suicídio a tapa na cara nos corredores. Viva a classe média! Lembro das clássicas vassouradas no teto do quarto quando o andar de cima incomodava o de baixo.
Está em cartaz no Teatro Ipanema o espetáculo “Os Inadequados”, quinto espetáculo da Cia OmondÉ, onde as cartas e reclamações dos moradores reais são levadas a cena pelos atores. Baseado na ideia original de Débora Lamm e com colaboração dramatúrgica de Helder Agostini, a peça reune relatos divertidos e sérios, na mesma intensidade da loucura dos que escrevem e o que está sendo encenado tem o propósito de mostrar que somos todos inadequados para viver em comunidade. Somos? Alguém quer reclamar de algum vizinho agora? O microfone está aberto.
Está em cartaz no Teatro Ipanema o espetáculo “Os Inadequados”, quinto espetáculo da Cia OmondÉ, onde as cartas e reclamações dos moradores reais são levadas a cena pelos atores. Baseado na ideia original de Débora Lamm e com colaboração dramatúrgica de Helder Agostini, a peça reune relatos divertidos e sérios, na mesma intensidade da loucura dos que escrevem e o que está sendo encenado tem o propósito de mostrar que somos todos inadequados para viver em comunidade. Somos? Alguém quer reclamar de algum vizinho agora? O microfone está aberto.
No palco limpo, apenas refletores e um
conjunto de mesas auxiliam os atores. O figurino bem básico e harmônico mostra
que o mais importante é a interpretação de cada um. A trilha sonora é bem de
acordo com o que se pretende. Tudo isto assinado pela Cia OmondÉ. A
iluminação, de Ana Luzia Molinari de Simoni é muito bem resolvida com os
refletores no palco, manipulados pelos atores. Gosto muito também da
coreografia, que tem colaboração de Dani Amorim.
Os atores Iano Salomão, Jefferson
Schroeder, Juliane Bodini, Junior Dantas, Leonardo Bricio, Luis Antonio Fortes,
Marta Paret e Zé Wendell são ótimos. Vivem os personagens com garra e
convicção. Cada um brilhando ao seu tempo e sendo parceiro quando solicitado.
Destaque para o divertido número de “sexo na vizinhança”, por Zé Wendell e Iano
Salomão; a bela interpretação solo de Juliane Bodini para a canção “Melodia
sentimental” (música de Heitor Vila-Lobos e a letra da poetisa
e embaixatriz Dora Vasconcelos); o
sapateado de Junior Dantas incomodando a vizinha de baixo e os relatos do
menino de 8 anos para a melhoria do mundo, por Jefferson Schroeder.
Inez Viana é a diretora da Cia e do
espetáculo. Sua capacidade de inovar é muito bem vinda ao teatro. Inez consegue
fazer uma ligação entre as cenas apenas com a coreografia, unindo o todo
impensável num espetáculo coeso, de bom gosto e cheio de referências; Inez sabe
o material que tem em mãos e explora cada ator no que de melhor ele pode
contribuir para que o espetáculo tenha o melhor resultado. E é ótimo ver a
unidade e a garra dos atores se entregando no caminho proposto pela direção.
A peça termina com um apelo e uma
constatação: Só o amor salva. Neste momento de intolerância religiosa, política,
social, cultural e sexual, só o amor, o abraço, o afeto, poderão salvar a
humanidade, nossa cidade em calamidade pública, nosso país falido, o mundo em
desamor. Emocionante ver os atores se abraçando. Vá já para o teatro, pois a
peça só fica até o fim do mês. Ria, se identifique, e passe a dar bom dia e
abraçar o seu vizinho ao encontra-lo no elevador! Aplausos calorosos!!
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