Amor, eu confesso, confessei e confessarei sempre que ele se
fizer presente! Sempre que o centro das atenções for a história de um casal, lá
estarei para assistir. Sou romântico, creiam! Torço pelo amor, pelo bem, pelos
mocinhos, pelo final feliz.
E felicidade é assistir, depois de tantas re-estreias em
diferentes palcos, a peça Amor Confesso, no excelente Teatro Cesgranrio. O
espetáculo reúne contos do escritor e dramaturgo Arthur Azevedo, muito bem
costurados pela direção, incluindo aí a ordem em que são apresentados. Nos
contos, o amor é um tanto conturbado, não existe o final feliz em todas as oito
histórias, mas o que liga tudo é a relação entre casais, a tentativa da
felicidade constante, aventuras amorosas e tragédias sentimentais (como bem
escreveu Rodrigo Monteiro, o craque das análises teatrais).
No palco, a luz de Paulo Cesar Medeiros auxilia e muito nas
marcas da direção. O cenário de Carlos Alberto Nunes é composto de dois
manequins vestidos como casal e duas cadeiras. Parece pouco? Mas saiba que eles
fazem milagre com isto! Carlos Alberto também assina o figurino de um casal de
noivos e seu pianista da festa de casamento. Roberto Bahal é o ótimo músico e
coadjuvante auxiliando nas peripécias deste casal, cuja direção musical é do
xará Marcelo Alonso Neves, um gênio também.
Cláudia Ventura é engraçada até calada de olhos fechados. E
além disso, canta que é uma beleza! Seu bom humor cênico, inteligência de
atriz, tempo de comédia, pausas dramáticas, capacidade de criar vozes e
entonações para diferentes personagens, são fantásticos. Uma atriz preparada,
completa e brilhante em cena. Ao seu lado, Alexandre Dantas, que não fica
atrás, corresponde ao solicitado, se impõe quando necessário, acompanha e
conduz Claudia, esposa na vida real, colega de cena, para que o sucesso do
espetáculo seja o riso e o aplauso efusivo ao final. Uma dupla amável,
competente, generosa, sábia, divertida e que dá um prazer imenso assistir em
cena.
A gênia Inêz Viana comanda, costura, dirige o espetáculo.
Incrível sua capacidade de mudar totalmente a direção de um conto para o outro,
explorando cadeiras, vozes, gestual, ocupando o palco, usando ópera, cordel,
rimas, carioquês, num espetáculo ágil, dinâmico, rápido que deve fazer os
atores perderem quilos de gordura. Uma gostosa gincana em cena, onde o amor e
suas agruras são o prato principal. Acompanho Inêz não é de hoje e a cada vez
que vejo um trabalho seu fica claro que sua criatividade não tem limites.
Amor Confesso é daqueles espetáculos que precisam ficar em
cartaz por muito tempo. Pela literatura, por Arthur Azevedo, pela Brasilidade,
pela competência e genialidade dos atores e direção, pelo carisma, diversão
inteligente, entretenimento de primeiríssima qualidade. Que prazer assistir a
este trabalho!!! Aplausos de pé efusivos!
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