Quando ele me disse que ia morar na Alemanha, confesso que fiquei tenso. Depois de ter passado por Portugal e França, pensei que a escolha final pra o inicio de sua brilhante carreira internacional fosse Portugal. Mas não. Frankfurt o adotou. Centro nervoso e economico da Alemanha, uma das cidades mais internacionais da Europa. Não tinha lugar melhor para ele. E pra melhorar, muito bem acompanhado. Prometi que ia, e vou, encontrar com ele em todos os países que ele viver. Parto para a Alemanha no carnaval de 2011.
Confesso ainda que já vasculhei a internet e decorei o mapa da cidade. Santo Google que me consegue traduzir algumas palavras. Já sei onde ficam os teatros, museus, centros culturais. Quero ir a Berlim. Quero conhecer este povo, esta cultura forte que tanto admiro.
Sábado no Rio, vou ao Teatro Solar de Botafogo, um dos mais aconchegantes e elegantes do Rio. Sou presenteado com uma amiga na bilheteria, nos tempos de Dona Baratinha no Teatro Clara Nunes... tempos de longas filas. Éramos felizes e sabíamos. Sento-me à espera dos sinais. De cara uma elegante apresentação da peça nos informa que houve um erro no programa e pedem desculpas de uma maneira inusitada: erros de gravação de um filme alemão. Elegancia total.
Leio no programa que Sylvia Bandeira , assim como eu, tinha referências insignificantes sobre Marlene Dietrich. No palco, Aimar Labaki me ensina tudo que eu preciso saber sobre Marlene. Um texto elegante, de muito bom gosto, dramaturgicamente construido. Temos climax, história, História, emoção, conflitos. Diversos. Passo a conhecer, e a admirar uma mulher, estrela, popstar da 2ª grande guerra. Uma mulher que ama, mas acima de tudo ama a si mesma. Batalhadora, generosa, amiga, cantora, intérprete, mãe, filha, irmã, esposa, amante. Aimar não poupa um detalhe. E o melhor é que coloca na propria boca de Marlene todo o veneno contra si mesma. Acho acertadissimo que Marlene necessite contar para um garoto quem foi ela. Até hoje muitos jovens não sabem quem foi Elis Regina, Nara Leão, Sônia Mamede, Emilinha, Marlene, Marlene Dietrich, e tantas outras. Esta é uma das funções do teatro: homenagear e relembrar. Aimar faz isso com prefeição.
A direção da peça, de William Pereira é muito elegante. Acerta em tudo. Não vi um item no palco que tivesse que ser melhorado. Tudo perfeito. Dos trejeitos de Marlene, à opção da simples e bonita cenografia, hora certa para os numeros musicais, momentos de humor e dor temperados com a devida elegância. Belo trabalho do diretor.
No figurino, Marcelo Marques já pode separar um lugar na estante para receber outro prêmio Shell de teatro. Nisso ele é craque. Roupas muito bem confeccionadas, de excelente gosto, tecidos escolhidos a dedo - nem tudo que é caro funciona no palco - detalhes nas roupas e nas caracterizações. Eu sei bem quando Marcelo se entrega de corpo e alma a um texto, um projeto, e desta vez ele se entregou pra valer. A luz de Paulo Cesar Medeiros atinge o objetivo. É sépia quando o assunto é presente, é colorida e branca quando o assunto é passado. Muitas sombras, muito filme noir. Ele sabe. O visgismo de Beto Carramanhos transforma Sylvia em Marlene. Não há duvidas quanto ao seu belo trabalho. Os musicos, liderados por Roberto Bahal, arranjador, estão em total harmonia com o espetáculo.
Quanto ao maravilhoso elenco, Márciah Luna Cabral, Silvio Ferrari e José Mauro Brant dão um show de intrepretações, tanto nos seus papéis quando nas canções que defendem. Totalmente à vontade no palco, os três conseguem se sobressair, a cada entrada, a cada troca de personagem e figurino, interpretando papéis totalmente diferentes um dos outros. E que vozes!
Sylvia Bandeira ouviu a voz do sábio Fábio Pilar - obrigado! - e é a propria Marlene Dietrich. Prepare-se, Sylvia, para uma indicação ao premio Shell - alias adoro distribuir premio dos outros! - Sylvia compõe uma Marlene aos 90 anos, com tiques nervosos nas mãos, uma tensão constante, pois Marlene era tensa - veja as fotos que meu amigo Renato selecionou no site clicando AQUI . Sylvia compõe uma Marlene que se re-inventou para sobreviver na carreira. Sylvia é Marlene. Uma realização de um sonho muito bem executada, muito bem produzida, sábiamente escolhida.
Saio feliz do teatro. Saio acrescentado. Um espetáculo elegante, Histórico, correto, bonito, divertido, emocinonante, feito com amor e garra, que merece - e deve - ser visto por todos aqueles que têm alguma ligação com a Alemanha e com as artes em geral. Um espetáculo de extremo bom gosto que o Rio de Janeiro merece exportar para a Alemanha.
Tomara que esse meu amigo, que virá ao Brasil em dezembro, possa assistir a linda homenagem que Sylvia Bandeira e CIA estão apresentando não só para Marlene Dietrich, mas também para a Alemanha. APLAUSOS DE PÉ - em caixa alta para não haver duvidas.
Confesso ainda que já vasculhei a internet e decorei o mapa da cidade. Santo Google que me consegue traduzir algumas palavras. Já sei onde ficam os teatros, museus, centros culturais. Quero ir a Berlim. Quero conhecer este povo, esta cultura forte que tanto admiro.
Sábado no Rio, vou ao Teatro Solar de Botafogo, um dos mais aconchegantes e elegantes do Rio. Sou presenteado com uma amiga na bilheteria, nos tempos de Dona Baratinha no Teatro Clara Nunes... tempos de longas filas. Éramos felizes e sabíamos. Sento-me à espera dos sinais. De cara uma elegante apresentação da peça nos informa que houve um erro no programa e pedem desculpas de uma maneira inusitada: erros de gravação de um filme alemão. Elegancia total.
Leio no programa que Sylvia Bandeira , assim como eu, tinha referências insignificantes sobre Marlene Dietrich. No palco, Aimar Labaki me ensina tudo que eu preciso saber sobre Marlene. Um texto elegante, de muito bom gosto, dramaturgicamente construido. Temos climax, história, História, emoção, conflitos. Diversos. Passo a conhecer, e a admirar uma mulher, estrela, popstar da 2ª grande guerra. Uma mulher que ama, mas acima de tudo ama a si mesma. Batalhadora, generosa, amiga, cantora, intérprete, mãe, filha, irmã, esposa, amante. Aimar não poupa um detalhe. E o melhor é que coloca na propria boca de Marlene todo o veneno contra si mesma. Acho acertadissimo que Marlene necessite contar para um garoto quem foi ela. Até hoje muitos jovens não sabem quem foi Elis Regina, Nara Leão, Sônia Mamede, Emilinha, Marlene, Marlene Dietrich, e tantas outras. Esta é uma das funções do teatro: homenagear e relembrar. Aimar faz isso com prefeição.
A direção da peça, de William Pereira é muito elegante. Acerta em tudo. Não vi um item no palco que tivesse que ser melhorado. Tudo perfeito. Dos trejeitos de Marlene, à opção da simples e bonita cenografia, hora certa para os numeros musicais, momentos de humor e dor temperados com a devida elegância. Belo trabalho do diretor.
No figurino, Marcelo Marques já pode separar um lugar na estante para receber outro prêmio Shell de teatro. Nisso ele é craque. Roupas muito bem confeccionadas, de excelente gosto, tecidos escolhidos a dedo - nem tudo que é caro funciona no palco - detalhes nas roupas e nas caracterizações. Eu sei bem quando Marcelo se entrega de corpo e alma a um texto, um projeto, e desta vez ele se entregou pra valer. A luz de Paulo Cesar Medeiros atinge o objetivo. É sépia quando o assunto é presente, é colorida e branca quando o assunto é passado. Muitas sombras, muito filme noir. Ele sabe. O visgismo de Beto Carramanhos transforma Sylvia em Marlene. Não há duvidas quanto ao seu belo trabalho. Os musicos, liderados por Roberto Bahal, arranjador, estão em total harmonia com o espetáculo.
Quanto ao maravilhoso elenco, Márciah Luna Cabral, Silvio Ferrari e José Mauro Brant dão um show de intrepretações, tanto nos seus papéis quando nas canções que defendem. Totalmente à vontade no palco, os três conseguem se sobressair, a cada entrada, a cada troca de personagem e figurino, interpretando papéis totalmente diferentes um dos outros. E que vozes!
Sylvia Bandeira ouviu a voz do sábio Fábio Pilar - obrigado! - e é a propria Marlene Dietrich. Prepare-se, Sylvia, para uma indicação ao premio Shell - alias adoro distribuir premio dos outros! - Sylvia compõe uma Marlene aos 90 anos, com tiques nervosos nas mãos, uma tensão constante, pois Marlene era tensa - veja as fotos que meu amigo Renato selecionou no site clicando AQUI . Sylvia compõe uma Marlene que se re-inventou para sobreviver na carreira. Sylvia é Marlene. Uma realização de um sonho muito bem executada, muito bem produzida, sábiamente escolhida.
Saio feliz do teatro. Saio acrescentado. Um espetáculo elegante, Histórico, correto, bonito, divertido, emocinonante, feito com amor e garra, que merece - e deve - ser visto por todos aqueles que têm alguma ligação com a Alemanha e com as artes em geral. Um espetáculo de extremo bom gosto que o Rio de Janeiro merece exportar para a Alemanha.
Tomara que esse meu amigo, que virá ao Brasil em dezembro, possa assistir a linda homenagem que Sylvia Bandeira e CIA estão apresentando não só para Marlene Dietrich, mas também para a Alemanha. APLAUSOS DE PÉ - em caixa alta para não haver duvidas.
Um comentário:
Fiquei encantada vendo Silvia Bandeira falando no Sem Censura sobre a peça,não posso perder essa estarei lá na platéia para aplaudir a linda e maravilhosa atriz que é a Silvia.
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