terça-feira, 27 de novembro de 2012

ALÔ, DOLLY



Sempre que Bibi Ferreira diz que encenou "Hello, Dolly" fico com inveja de quem assistiu. Mas eis que leio no jornal que Miguel Falabella seria o responsável por trazer o espetáculo de volta aos palcos brasileiros e ao lado dele, Marilia Pêra. Sem duvida alguma já poderíamos esperar por um belo trabalho.

Depois de uma curta temporada por São Paulo, voltei para casa ávido por nosso teatro. Escolhi "Alô, Dolly" para quebrar este período de jejum.

A história de uma mulher, casamenteira a qualquer preço, que vive financeiramente de arranjar casamentos por aí (no caso Nova York), e que acaba por arrumar grandes confusões, é o pano de fundo do musical. Contando com uma pitada de sorte, que a meu ver é um pacto com o cupido, Dolly sem querer, e querendo, consegue formar casais que são extremamente apaixonados uns pelos outros. Dolly conversa com seu falecido marido que a tratava como rainha, pede permissão para arrumar um novo marido rico para si mesma pois sente saudades da época das vacas gordas. Claro que o amor é importante, mas para se manter viva é preciso dinheiro! As armações vão dando certo até que Dolly decide conquistar para si um bronco milionário. Acontece uma série positiva de coincidências e Dolly não só arranja de uma vez três casamentos, como leva a plateia a torcer para que ela seja a próxima a casar. Se isto acontece ao final da peça, só assistindo ao musical para saber.


A tradução e direção do espetáculo é do sempre competente e generoso Miguel Falabella. Miguel também atua como o bronco milionário. A tradução é fluente para o nosso português, com pitadas de carioquês. E não se poderia mesmo trazer a ação para o Brasil. A melhor solução foi mantê-la longe de nós, como uma história que aconteceu e que ainda merece ser contada. Miguel dirige o espetáculo com absoluta certeza do que faz. Suas marcas são naturais e lógicas. Nada escapa ao seu olhar. A fluência, dinâmica e ritmo do espetáculo é total.

O cenário de Renato Theobaldo e Roberto Rolnik é lindo. Como uma grande moldura, as cenas vão se passando entre ruas, restaurante, a loja de chapéus (perfeita!) e a loja do interior. Cenário digno do musical exibido. O figurino de Fause Haten é um caso de amor à primeira vista. Colorido, correto para a época e suave, certamente será vitorioso em alguma premiação de teatro. A iluminação de Paulo Cesar Medeiros é sempre perfeita. Destaque para as coreografias de Fernanda Chama, principalmente no balé dos garçons, com excelentes bailarinos, e a ótima direção musical de Carlos Bauzys.


No elenco, Patrícia Bueno compõe uma divertida rica-bêbada, Ricardo Pera está ótimo como o Maître do restaurante, a dupla Frederico Reuter e Ubiracy Brasil impagáveis como os funcionários da loja do interior, Ester Elias e Brenda Nadler lindas e simpáticas como vendedora e dona da loja de chapéus (respectivamente), e Thiago Machado e Alessandra Verney interpretando o casal de apaixonados.

Em cena Miguel é generoso com todo o elenco, principalmente Marília Pera. Divertido, acerta com seu sotaque mineiro do interior do Brasil, trazendo para a nossa cultura a semelhança com os broncos do interior dos EUA. Miguel é engraçado, canta bem, tem presença marcante. Miguel Falabella é uma marca de qualidade, competência e entretenimento da melhor qualidade.


E o que comentar sobre Marília Pera? Sou suspeito. Marília me hipnotiza. Não tiro os olhos dela. Mesmo não estando no centro da ação, Marília está forte no palco. Está inteira, cantando com força, fazendo a plateia rir com as armações de Dolly. Marília dá vida a um símbolo na carreira de Bibi Ferreira e traz para si a responsabilidade de marcar para sempre Dolly na sua história e na História do teatro musical brasileiro. E consegue. Marília é completa: dança, canta, interpreta. É sempre um grande prazer estar na plateia assistindo-a. Desta vez tive a sorte de sentar na fila B e pude sentir o seu perfume vindo do palco.

"Alô, Dolly" é uma das melhores peças em cartaz no momento. Se você gosta de musical, não perca. A melodia fica na cabeça e temos vontade de subir e cantar junto com todo o elenco.

http://alodolly.miguelfalabella.com/ficha.html

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Três Peças em São Paulo

Estive em SP durante 12 dias e alimentei meu vício de teatro. Assisti a 3 espetáculos:

Labutaria - Marco Luque apresenta esquetes com os melhores personagens da Terça Insana.

Chorinho - Denise Fraga e Cláudia Melo interpretam, respectivamente, uma mendiga e uma madame que passam a se reconhecer e a criar uma certa amizade, tudo depois que a mendiga aborda a madame em busca de atenção.

O Incrivel Dr. Green - comédia com músicas, onde a plástica, botox e afins são o tema. A peça tem a impagável Nany People arrancando várias gargalhadas da platéia.

Eu volto ao RJ e já preparo a agenda das peças que irei assistir para alimentar este blog e sugerir bons espetáculos para todos!

Até já!!