quinta-feira, 23 de julho de 2015

APP TEATRO BRASIL

Aplicativo para celulares - APP TEATRO BRASIL 

A melhor ideia dos últimos tempos! Chegou o aplicativo que vai colocar o melhor do teatro da palma da sua mão. Download gratuito!


Eu já estou usando!


quarta-feira, 22 de julho de 2015

UMA REVISTA DE ANO - POLITICAMENTE INCORRETOS

Inúmeras frases sobre o riso estão à disposição esperando para serem citadas. As minhas favoritas são: “Um dia sem sorriso é um dia desperdiçado” (Chaplin); “Os Deuses adoram uma boa piada” (Aristóteles); “O palhaço é um anjo embriagado”, “Ri melhor que ri por último” e “Quem ri por último é retardado” (autores anônimos).

Rir de si mesmo é uma sabedoria. Em todos os espetáculos de humor, quando vejo o artista fazendo piada de si mesmo, esta é a minha gargalhada mais solta. Aprendi com Joaquim Vicente, meu amigo e mestre da arte de atuar, que a piada é o herói em apuros. Faço parte desta turma que ri de si mesmo. Sou míope, a barriga não diminui por nada, faço parte de várias “minorias”... e tantos outros defeitos que uso para fazer da vida a comédia do dia a dia.

Ser “politicamente correto” nos dias de hoje é de doer. Não se pode mais fazer piada com espécie alguma da natureza que já vem a patrulha para levantar os cassetetes e sentar bordoada. Sejamos mais complacentes com as mazelas alheias! Vamos rir disso. O que mais me chamou a atenção recentemente foi uma constatação da escritora e amiga Ângela Dutra de Menezes que, ao chegar no mercado, deparou-se com o “Bolo-Afro-Descendente”, onde antes lia-se “Bolo Nega Maluca”, o clássico das padarias.

Está em cartaz por curtíssimo tempo, no Espaço SESC, cm Copacabana, a comédia “Uma Revista de Ano – Politicamente Incorretos”. Texto de Ana Velloso com supervisão de Tânia Brandão. Aprendi a gostar do gênero “Revista”. Sinto falta deste tipo de espetáculo que nos faz rir justamente de coisas e causos acontecidos em nosso país ao longo de um ano. E olha que o Brasil é o país da piada pronta, o que não falta é assunto para as Revistas. Assim como o Fantástico de domingo, a peça “Politicamente Incorretos” resume com sabedoria “os melhores piores fatos” de meados de 2014/meados de 2015. A começar pelos fiascos da abertura da Copa, o fracasso do jogo, a mentirada dos debates para presidente, as derrapadas de um grande empresário brasileiro e outras pitadinhas de humor apimentado jogadas aqui e ali durante as apresentações. Sensacional transformar a história do grande empresário falido em uma paródia com X-Man. Com um texto incrivelmente bom, o tema “atores em busca de um texto para montagem de uma peça”, que faz a costura entre as cenas, merecia um tratamento menos comum.

A direção de Sérgio Módena é sempre criativa e interessante. Gostei muito como faz a ligação entre o gari da Marques de Sapucaí e o programa de TV “De Frente com o Gari”. Além disso, a disposição de cada “cantinho” dos atores no palco, auxiliam as rápidas trocas de roupas e cenários. Gosto da forma como respeita o teatro de arena e faz com que os atores “girem” para que todo o público possa ver o espetáculo sem perder nada.

É um acerto ainda a quantidade de adereços. Como estamos vivendo um momento de apertar os cintos, economizar objetos e usá-los com sabedoria é uma ótima proposta. Por falar neles, adereços de Antônio Medeiros e Tatiana Rodrigues, e também Derô Martin. Antônio e Tatiana também assinam os ótimos figurinos, com colaboração de adereços de Hideraldo Peniche e Walter Rocha. A ambientação cênica é do diretor, Gustavo Wabner e Bia Gondomar. A luz de Tiago e Fernanda Mantovani está sempre alerta para focos necessários e para manter o humor aceso. A direção musical de Wladimir Pinheiro é criativa e consegue fazer de um teclado, uma orquestra. Aliás, as versões das músicas estão divertidíssimas, com destaque para “Deixa a Fifa me lesar. Fifa, lesa eu.” A coreografia de Édio Nunes ajuda com elegância e humor a contar as histórias musicadas através de passos bem marcados.

O elenco está ótimo. Todos compõem muito bem seus personagens. Destaque para o hilário Gari de Édio Nunes; a candidata verde de Ana Velloso (que canta lindamente), a velhinha da plateia e a composição ótima de uma candidata de um certo partido vermelho, de Cristiana Pompeu; o Magneto de Cristiano Gualda; a perfeita composição do carnavalesco famoso de Hugo Kerth; e, não menos importante, o cego ditador de Wladmir Pinheiro. Sabemos quando o elenco está se divertindo em cena e isto nos contagia.



“Politicamente Incorretos” é um recorte muito bem humorado do que vivemos neste último ano. Com texto, atores e direção bastante dedicados, impossível não dar risadas e gargalhadas com gosto. Até porque estamos rindo de nós mesmos, das nossas “melhores piores desgraças”. É como diz o Alcorão, “Abençoado aquele que faz com que seus companheiros riam”. Obrigado por me fazerem rir com vontade. Aplausos de pé!

domingo, 12 de julho de 2015

NEURÓTICA

Quem não tem uma neurosezinha que seja que atire a primeira pedra. Um cacoete? Um “tiket” nervoso? Ah, se você acha que não tem, então certamente conhece alguém que seja neurótico. Alguém que é píssico (essa palavra existe?), viciado, tarado, com mania de perseguição, com excesso de carência... Sempre tem alguém à nossa volta.


Uma confissão: comecei um curso de terapia clínica. O curso dura dois anos. Um de teoria e outro de prática. Infelizmente só poderei clinicar quando completar o curso de psicologia em uma universidade. Mas, enquanto seu lobo não vem, vou estudando os casos dos amigos, escrevendo históricas, criando personagens. E entendendo o comportamento da humanidade. Quem sebe, mesmo sem clinicar, eu possa ajudar você de alguma maneira a ter uma vida mais feliz? Calma, só daqui há 2 anos!

Enquanto isso, vá rir de si mesmo! Está em cartaz, no teatro Carlos Gomes até semana que vem, dia 19 de julho, a comédia Neurótica. Com texto de Henrique Tavares e Flávia Reis, a peça conta história de mulheres neuróticas, cada um com a sua neurose específica, costurada por uma palestra sobre o tema, onde os esquetes são os exemplos. Divertidíssimo! Todos os textos são em igual qualidade. Nos reconhecemos em cada personagem. O humor inteligente, rápido e atual das histórias ainda fazem rir, mesmo depois da peça estar em cartaz por mais de 2 anos.


Hilário como Flávia Reis consegue falar com tanta rapidez e manter os cacoetes e tiques nervosos durante os momentos em que é a palestrante. Como sua mudança de voz e expressão corporal diferencia um personagem do outro. A versatilidade e inteligência cênica de Flavia Reis é inegável. Seus personagens são sempre bem construídos: a divertida Vanda da Van, a mulher que solicita carinho o tempo todo ao seu homem, a velinha reclamona, a produtora de eventos que fala em 6 telefones ao mesmo tempo, a animadora-terrorista de festa infantil e a incrível e hilaária Regina (não vou dizer quem é pois a surpresa terá que ser vista diretamente no palco).


A direção do Márcio Trigo é bem televisiva e auxilia muito nas passagens entre os esquetes, exibição dos vídeos e na movimentação do palco. Não há descanso para a atriz! Sua capacidade de se adaptar a novos tipos, mesmo se trocando em cena, é imediata. Não há buraco nem barriga no espetáculo. É de tirar o fôlego em alguns momentos.


No palco, o cenário de Mina Quental é um misto de neurônios com ambientação. Gosto muito! O figurino de Flavio Souza também é bem realizado, de bom gosto e alegre para a comédia. A luz de Aurélio de Simoni é sempre boa! Os vídeos da incrível e talentosa dupla Rico e Renato Vilarouca são ótimos. Com detalhe para os recortes nas imagens coincidindo com o cenário. Guilherme Miranda dá sempre show na trilha sonora e Andrea Jabor propõe coreografia simples mas competente.

Flávia Reis é gênia em cena. Atriz inteligente no palco, sabe conduzir seus textos e se posicionar em cena. Sabe o tempo da comédia. Ela se diverte e, com isso, faz a plateia se acabar de rir. Tem um fôlego incrível e uma preparação física invejável. O teatro ganha uma atriz que sabe fazer a comédia inteligente e de bom gosto. E isso merece aplausos. Ao seu lado, Anderson Cunha faz escada para Flávia, mas nem por isso é um trabalho menor. Anderson é um grande ator, sabe ser generoso e está ali apoiando a colega, sendo um amigo, um marido, um contra-regra, emprestando seu bom humor e energia positiva que ele tem de sobra.



Eu já queria ter visto a peça faz um tempão, mas só agora consegui. E fiquei feliz em ver o fôlego do espetáculo, que ainda tem tudo para percorrer grandes teatros da cidade e do Brasil. Uma comédia de esquetes com uma costura inteligente. O humor pede inteligência. Gosto quando a piada não é direta, temos que pensar dois segundos antes de cair na gargalhada. E Neurótica faz isso. Aplausos de pé. Não perca. A temporada é curta, mas eles vão prosseguir em outro teatro! Adorei.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

GODSPELL


Não, eu não copiei a ideia da pauta do jornal O Globo de hoje (08/07/2015). Mas, o que é bom tem que ser divulgado.

As ideias estão aí em cima, num plano que não nos é permitido ver, mas, de vez em quando, elas “escolhem” em quem encarnar. Algumas vezes encarnam em duas ou mais pessoas e aí pode parecer que um copiou o outro. Nada disso. A ideia é que quer ser divulgada. Deve existir uma assessoria de imprensa no cosmos dizendo, entubando, insights para "pessoas chave" a fim de que produzam alguma coisa que se relacionem. Às vezes as ideias são únicas, dando origem aos gênios. Às vezes as ideias são apresentadas em comum para uma ou mais pessoas, e aí vira sucesso!


O CEFTEM - Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical - é um curso preparatório exclusivamente para o teatro musical, reunindo os profissionais mais premiados e respeitados da classe teatral carioca, idealizado pelo ator Reiner Tenente. Assim como na UNI-Rio, a montagem de fim do curso é o resultado do aprendizado. As semelhanças são grandes, principalmente no excelente trabalho apresentado como resultado final. Na primeira, instituição federal, o projeto tem 10 anos e o CEFTEM apenas 2 anos.


Está em cartaz, todas as quartas-feiras de julho, no Teatro Ipanema o musical GODSPELL, resultado do trabalho árduo de uma turma que se dedica aos musicais, mercado que está em franca atividade, e expansão, pelo Brasil. Acredite, São Paulo é o quarto mercado mundial de produção neste gênero (NY, Londres e Buenos Aires são os top da lista). Então, trabalho é o que não vai faltar para esta turma. Pode faltar patrocínio no momento, mas trabalho, não. Tomara que, em breve, o Rio também seja incluído nesta listagem. Nosso problema são os espaços cênicos que não permitem muita movimentação de cenários e malabarismos da direção. GODSPELL é um resumo de passagens na vida de Jesus, com ensinamentos bíblicos, na sua idade adulta, culminando com sua crucificação.


A direção do João Fonseca dá vida nova ao trabalho quando insere músicas da atualidade, ouvidas à exaustão nas rádios, como arranjo para as letras do musical. Facilmente identificamos uma Beyoncé e uma Katy Parry, mas o fantástico é transformar em samba enredo um número inteiro. Direção musical de Tony Lucchesi, que embarcou na proposta e o resultado ficou ótimo!  Sem falar que João é craque na ocupação do espaço cênico. O Teatro Ipanema tem um palco limitado, mas nem isso impede o trabalho de todos. Aplausos para a cena final onde blocos de madeira formam a cruz onde Jesus é pregado. Impossível conter as lágrimas.

Por falar em cenário, Caio Loki, com orientação do fodástico Nello Marrese, coloca à disposição da direção e atores cubos de madeira e tábuas. Nada além do material básico predominante em todos os cenários, a madeira. Assim como todos os estudantes que ali estão, em busca da lapidação, do melhor para sua arte bruta, seu material básico individual, para que o resultado final seja a melhor marchetaria possível (Agora falei bonito! Pareci até um crítico de jornal daqueles que ninguém entende o que escreve!). O figurino, também assinado por Caio, mostra o cidadão comum, seja povo de Jerusalém ou de Belém do Pará, não importa, somos todos iguais quando o assunto é Jesus. A coreografia de Victor Maia é sempre bem criativa e de qualidade. E a luz do Luiz Paulo Nenén induz ao clima que a peça pede, dentro das limitações de equipamentos e infraestrutura do teatro. Os músicos também merecem o reconhecimento, jovens que estão mostrando seus talentos.


No dia que assisti, a apresentação foi realizada por metade dos 20 alunos do curso, uma vez que, no elenco, só cabem 10 atores. A outra metade entra em cena na semana seguinte, e assim, neste revezamento, mostram seu aprendizado. No palco estavam Giovanna Rangel, Laura Zenet, Deborah Marins, Ugo Cappelli, Alain Catein, Carolina Botelho, Claire Nativel, Erick De Luca, Leo Bahia e Raphael Rossatto. Todos os atores são talentosos e estão bem dirigidos. Vão se soltando, voz e corpo, ao longo do espetáculo e, ao final, uma apoteose de talentos em cena. Claro que tem dia em que um tá mais atacado que o outro, isto é normal. Neste dia específico, Leo Bahia (embora novo em idade, já é macaco velho nos musicais estudantis e agora profissionais) empresta seu talento, juventude e experiência ao espetáculo, sendo responsável por parte das gargalhadas. Mas Deborah Marins estava inspirada! Atriz e cantora da melhor qualidade, sabe o momento de brilhar sozinha e emprestar seu talento para que o companheiro seja o foco da atenção.


O que chama atenção na montagem, assim como nas outras que vi na UNI-Rio, é a garra de todos em cena. Os atores se doando, aparecendo quando são solicitados, um grupo forte que não perde a diversão e a seriedade em cena. Empregando o que lhes foi ensinado, sem medo de errar. E se errar, que sirva de lição.

Se a proposta é formar novos artistas disponíveis para os espetáculos musicais, o alvo está bem na mira. O objetivo está sendo atingido. Aplausos de pé para Reiner Tenente e João Fonseca, que deram um ar renovador para GODSPELL, falando a língua de Deus na língua dos jovens. Vida longa ao CEFTEM, vida longa a GODSPELL! 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

SELFIE


Após dois anos sem férias, parti para as minhas, novamente no velho continente. Desde que viajei para aquelas bandas, não penso em mudar o rumo. O objetivo é conhecer o máximo de países da região. A imagem que tinha de lá era: frio, silêncio, paz e tranquilidade. Porém, desta vez foi diferente. Na Espanha, verão, me deparei com milhares de pessoas nas ruas das cidades que visitei. Japoneses com suas máquinas fotográficas, dando lugar aos smartphones, impedem a visão de monumentos. Eles não conseguem ver sem as câmeras. Além disso, o mundo está todo igual. Também por lá as pessoas ficam o tempo todo com a cara enfiada em seus celulares. No metrô, na rua, no shopping, no almoço, no teatro, no cinema, estão todos conectados. Parece que não basta viver a experiência, é necessário compartilhar o tempo todo com qualquer pessoa. Eu também me peguei viciado no Instagram (@aouila). Não consegui me desligar do Brasil. As notícias chegavam pelas redes sociais e pelas mensagens de whatsapp. O mais incrível desta vez foi poder ligar para a família, de graça, via wi-fi, de dentro da loja da Apple! Ficamos mais conectados ainda.

O somatório de multidão com a conectividade não me fez bem. Senti falta do silêncio português, da tranquilidade alemã e da simpatia holandesa. Conclui que preciso me desconectar da vida corrida e sem tempo. Quero trabalhar com menos intensidade, planejar mais, ter mais tempo para o ócio criativo, escrever mais, ler mais, estudar mais, filosofar, ajudar aos amigos... Voltei diferente, outra vez. E prometo cumprir as promessas que me fiz durante a viagem.

Está em cartaz no Teatro Leblon a inteligente comédia Selfie.  Muito bem escrita por Daniela Ocampo, a história nos conta a história de um rapaz que perde os dados de seu celular e, junto com isto, toda a sua vida armazenada: fotos, projetos, textos, arquivos. Fica clara a dependência da máquina. Para ter tudo de volta, ele busca com amigos e familiares as informações arquivadas em seus celulares, sem sucesso. Durante esta busca pelo seu passado arquivado, ele tem a idéia mais brilhante de todos os tempos: ser um computador, com self-wi-fi, onde pode acessar a internet num piscar de olhos. Sua vida vira um tormento. Pra lá de workaholic, ele se torna um chato. Um sabe-tudo. Sua vida perde o sentido. Em determinado momento, a tranquilidade e as coisas mais simples da sua vida, como o empinar de um pipa, começam a lhe fazer falta. É quando surge a proposta da peça: é possível viver sem a conectividade do mundo atual?

No palco, o figurino de Sol Azluay é o mesmo para os dois atores: um confortável macacão azul, como operários da engrenagem do dia a dia. A proposta de cenário, criação do diretor, é a delimitação espaço cênico no piso, mais duas banquetas. Sábia decisão, pois o que importa nesta história toda é a interpretação dos atores e a presença marcante dos celulares cenográficos. A luz assinada por Felipe Lourenço faz sombras bonitas, caminhos no chão, marca a alternância entre os momentos de sobriedade, preocupação, com os de gargalhada extrema. Muito boa também a trilha sonora, de Lincoln Vargas.

A direção do Marcus Caruso é um ótimo casamento com os recentes trabalhos da dupla de atores, vistos em Dois Para Viagem (peça com Matheus Solano e Miguel Thiré no elenco), e O Cara (texto e direção de Miguel Thiré, encenada por Paulo Mathias Jr.). Gosto muito do teatro onde se valoriza o ator, a palavra, sua expressão corporal e vocal para contar a história, e Caruso faz isso muito bem. É uma gincana, um crossfit. A agitação dos momento de “selfie” com a tranquilidade do soltar pipa, são dois momentos lindos.

A dupla Matheus Solano e Miguel Thiré é afinadíssima.  São amigos e cúmplices em cena. Emprestam seus corpos para dar vida a máquinas imaginárias de abrir cérebro, são mulheres e idosos. Todos os personagens têm composições completamente diferente dos outros tipos. Miguel se desdobra mais, pois cabe à ele interpretar os coadjuvantes do personagem principal, interpretado por Matheus. Estar na platéia é um presente para todos. Matheus e Miguel são professores para novos atores, e alunos exemplares, quando aplicam as técnicas de teatro aprendidas. E isso tudo ao mesmo tempo. Merecem indicações a prêmios de teatro.


Selfie é daqueles espetáculos que nos faz rir de nós mesmos. Quem assistir certamente se verá no palco, na dependência de um celular para tudo. Na vontade de ser mais livre desta prisão do dia a dia e ter mais tempo para curtir as coisas simples, sem precisar compartilhar com ninguém, guardar na memória as imagens, fotografias, dos bons momentos vividos. Tenho pena dos japoneses. Eles não curtem olhar diretamente para a Sagrada Família, em Barcelona, e absorver aquele banho de criatividade. Eles precisam fotografar. Eu toquei, cheirei, chorei e provei pra saber que aquela obra de arte era de verdade. É como diriam os Titãs, em Epitáfio: devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se por.

https://www.youtube.com/watch?v=YOJiYy1jgRE - Clipe de Epitáfio

Corra para o teatro para ver Selfie. E pense como você está levando a sua vida. Um pouco de independência dos celulares não faz mal a ninguém. Aplausos de pé para toda a equipe, principalmente pelos idealizadores Carlos Grun, Matheus Solano e Miguel Thiré.