sábado, 29 de janeiro de 2011

NARA

Quem consegue levantar da cama, ou sair de casa quando não se está lá muito bem de saúde? Eu sou um destes. Fico trancado esperando que a onda, no meu caso Tsunami, de problemas passe para poder voltar à rua com garra total. E acredite: é exagero sim. Não sou desses que se entrega facilmente ao "nãofazernadismo" em função disto ou aquilo. Vou pra rua e me recriminam dizendo que eu deveria era colocar a viola no saco e esperar a onda passar. Ainda tá passando.

É preciso justificar a ausência de quase um mês neste blog que tanto gosto de escrever. Pneumonia é a minha companheira de então. Sem falar em dois projetos culturais que, embora programados, desabaram junto com as águas na Região Serrana do Rio sobre minha cabeça. Um de literatura infantil, outro de MPB, no CCBB. Maiores informações nos melhores jornais do Rio de Janeiro.

E por falar em CCBB, já pedindo desculpas aos leitores, fui assistir, antes disso tudo, e antes mesmo do Natal, o musical Nara, no teatro 2. Por conhecer o espaço já pude imaginar que a simplicidade seria a tônica do espetáculo. A história de Nara Leão, para quem não conheceu a cantora, está bem sintetizada. Já para quem conhece seu universo, faltaram varias informações - talvez irrelevantes - mas que fariam do espetáculo algo diferente do que se tem feito ultimamente ao se contar histórias de cantores e músicos. O texto do espetáculo fica entre o narrativo (Nara fez, Nara cantou, Nara sentiu) e o participativo (Cantei, Senti, Fui). E isso deixa a dramaturgia um tanto distante de ser a considerada “dramaturgia teatral”.

Mas calma. Isto não tem a menor importância quando o assunto é reviver uma mulher interessante, com uma vida rica na musica e na vida dos cariocas na década de 60, 70 e 80. Temos no musical a maioria das musicas cantadas por Nara que a platéia vai gostar de ouvir e cantar junto. Tem seus amores, suas decepções e seus dramas. Suas alegrias também. Todas envolvidas por musicas da melhor qualidade.

Fernanda Couto representa Nara com carinho e competência, muito bem acompanhada dos músicos William Guedes, Silvio Venosa e Rodrigo Sanches, se revezando nos papeis masculinos. A cenografia é composta de tecidos azuis no fundo do palco com algumas projeções que deveriam ser mais exploradas para enriquecer o visual. O figurino também é de bom gosto, assim como a luz.

Para você que busca se divertir, ouvir boa música, relembrar a vida de uma cantora ícone da Bossa Nova, chorar, rir, e sair do teatro feliz, corra para ver Nara no Teatro 2 do CCBB. E se você quiser, no dia seguinte dar continuidade a esta viagem musical, vá ver no Teatro 3 do também CCBB um projeto de musica de qualidade que está sendo apresentado por lá. Ambos até final de fevereiro. Tenho certeza que sua cultura musica irá ficar muito mais enriquecida. E, claro, sua cultura teatral também.

Um comentário:

Rohan Baruck disse...

Assisti "Nara" na estreia e recomendo! Não conhecia a história da cantora e me encantei. Um espetáculo delicado e bem feito!