quinta-feira, 22 de março de 2012

Júlia, O Céu Está Vazio e O Caso Valkiria R.

O final da semana passada foi totalmente dedicado ao teatro. Assisti a quatro excelentes espetáculos. Hoje já é quinta, então já é dia de correr para o teatro e aproveitar o que de melhor os produtores, atores, diretores e autores estão nos oferecendo.



A primeira recomendação é para hoje: O Caso Valkíria R, em cartaz no Teatro Vanucci, Shopping da Gávea, conta a história de uma mulher que tem problemas com dores físicas. Ela procura um analista e, através do tratamento, descobre que a causa está lá na infância. Um texto não tão profundo, mas que nos dá a real intensão do autor em fazer valer a pena uma ida a um profissional da área. A direção do grande Victor Garcia Peralta é limpa e eficiente, deixando claras as passagens de tempo e as angustias dos personagens. No palco, a linda Helena Ranaldi defende com competência a mulher em busca de soluções internas e doloridas. No elenco, os também simpáticos e competentes Marcos Breda e Thais Garayp.




A segunda recomendação é o espetáculo Júlia, em cartaz no Espaço Sérgio Porto, no Humaitá. A peça adaptada e dirigida pela premiada Christiane Jatahy, tem por base o texto "Senhorita Júlia" de August Strindberg. O genial desta montagem é a fusão de cinema e teatro, ambos ao vivo. Credito o sucesso da montagem à direção brilhante e inteligente de Chris Jatahy e à câmera ao vivo de David Pacheco. A história de mocinha que se atira nos braços do empregado, e as consequência deste ato, permite aos atores Julia Bernart, Rodrigo dos Santos e Tatiana Tiburcio, mostrarem um trabalho de grande competência. Mas a grande sacada mesmo é o cenário de Marcelo Lipiani, com paineis e projetores que se movem ao mesmo tempo. A luz de Renato Machado acompanha muito bem a traquitana e permite tanto uma luz cênica quanto cinematográfica. Espetáculo imperdível.




E antes que termine o fim de semana, está em cartaz no Teatro Café Pequeno, de Julia Spadaccini, o texto O Céu Está Vazio. Excelente retrato das relações humanas nos dias atuais, onde filhos, casais, amantes, comportamentos e ausências são discutidos com precisão e verdade. A direção de Jorge Caetano é ágil e conduz a trama sem a pressa em se chegar ao desfecho, deixando a platéia se envolvendo com os personagens, torcendo por eles. O bacana da peça são as imagens projetadas no cenário de Fernando Mello da Costa (um mestre da cenografia), criadas pelos sempre competentes Rico e Renato Vilarouca, misturando desenhos japoneses com os titulos de cada cena em especial. No elenco, Paulo Giardini interpreta, com competência e firmeza, um pai perdido na época atual em que vivemos. Destaque ainda para o figurino e caracterização dos atores.

Pronto. Agora escolha a sua opção, eu sugiro as três, e não perca nenhuma das peças acima. Diversão garantida, cada uma ao seu estilo, com inovações tecnologicas, discussões sobre seres humanos, excelentes atores, diretores e textos instigantes. Dia 19 de março comemoramos o dia do teatro no Brasil. Então, vá comemorar o teatro, e me chame!

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