Quem nunca pirou na batatinha, nunca viajou na maionese ou deu um piti
em local publico que atire a primeira pedra. As vezes estamos somente falando
em voz alta, mas para quem está ao redor é uma gritaria só! Conhecer pessoas
bipolares, seres humanos com TOC, hipocondríacos, moças com TPM no último grau,
é uma constante na vida da gente. “No meu tempo”, como diria minha avó, não
existia esta quantidade de definições para tantas faltas de controle.
Geralmente a mocinha que pirava o cabeção era uma histérica, e o rapazinho, um
desequilibrado. E estávamos conversados! Mas, graças a Freud e às novas
definições da língua portuguesa, os adjetivos e denominações para uma simples
pirada estão à disposição para uso irrestrito!
Com base nesta observação, de como caminha humanidade, estreou no
Teatro do Leblon, na sala Marilia Pera, o divertidíssimo espetáculo ˜Pirou?˜.
Amparados num ótimo texto de Regiana Antonini, o espetáculo é o encontro de
quatro atores, bem centrados, que interpretam papeis completamente pirados
em encontros inusitados nas mais variadas formas de piração: a TPM com o TOC, a
bipolar com o complexo de inferioridade e o eterno perseguido com a
hipocondríaca. É inegável a imensa capacidade de se comunicar com a plateia
que os textos de Regiana Antonini têm. Já assisti a alguns espetáculos desta
autora e sempre me surpreende a sua inteligente fórmula de como fazer a plateia
se identificar com o que está vendo no palco. Aplausos.

Quem se diverte para valer, antes mesmo de divertir a plateia, é o elenco. Tatá Lopes e Zé Auro Travassos, engraçadíssimos, estão excelentes
nos papeis que interpretam, levando ao extremo a piração e a loucura ideal para que o espetáculo seja comunicativo. Milena Toscano, nos
brinda com uma divertidíssima "possuidora" de TOC e uma bipolar que
as vezes chega a ser “tripolar” tamanha a quantidade de loucuras que fala.
Bruno Barros completa o elenco apoiando os colegas como o chefe do
departamento, o garçom e o farmacêutico.
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