sábado, 30 de maio de 2009

APOCALIPSE SEGUNDO DOMINGOS OLIVEIRA

As discussões sobre Deus e o Diabo, sobre vida, sobre por que estamos na vida, sobre conceitos de certo e errado, tudo passa pela minha cabeça ao longo do dia. Uma mãe que morre para dar a luz ao filho, o sexo sem fronteiras, as doenças, as guerras, as iras e os ódios. Parece realmente que nosso mundo está de cabeça para baixo. Uns com tanto dinheiro, uns com 4 patrocinadores, outros sem nenhum dinheiro, outros sem nenhum patrocinador. Isso são conflitos que me fazem questionar os métodos de Deus sobre como andam as coisas no mundo de hoje. E é aí que entra a história da peça do Domingos Oliveira.

Sábiamente e com um humor irônico que eu ADORO, Domingos discute, acusa, aponta, brinca de ser Deus, comanda toda uma história baseada no simples (???) fato de que Deus está cansado dessa bagunça toda e quer acabar com o Amor. Pq pelo amor existem as guerras, as taras, o sexo livre, a paixao, enfim, o Amor também seria a desgraça alheia. E pede auxilo às Fidelidades. Quem nao gosta nada disso são os Adônis, deuses do amor. E Adones enfurecido se junta ao Diabo e às suas endiabradas assistentes e sua "esposa" Maléfica.

E no meio disso tudo Deus resolve julgar dois cassos exemplares de perversão pura e tem que decidir absolve os pecadores ou, literalmente, manda todo mundo pro Inferno. Mas Deus de emputece com tudo, se cansa, joga a toalha e mata todo mundo. Do Diabo aos seus asseclas e descobre que, no fim das contas, sempre esteva apaixonado pela sua principal assistente: a Vida.

O texto é muito inteligente, nao é pra qualquer um nao. E, graças a Deus, sem trocadilhos, a platéia era repleta de cerebros inteligentes e que só riam quando as piadas e as ironias eram realmente interessantes e engraçadas. Ponto para a platéia!!!

Sobre a cenografia, figurino e luz, nao tinha uma plaquinha com o nome de ninguem, mas adianto que estão muito bem representadas no palco. Tudo funcioa super bem. Gosto muito do cenário e da luz. O figurino atende perfeitamente ao espetáculo.

A direção é inteligentissima, pois consegue tirar partido de 40 atores em cena e ainda manter a harmonia entre eles.

Já o elenco, uns mais fracos, outros brilhantes, funcinoam melhor no conjunto do que no individual. Mas vê-se claramente que é uma equipe. E uma equipe vencedora.

Pena que a temporada está acabando, pois sinto falta de espetáculos inteligentes como esse. E tomara que eles voltem em outro teatro. É uma peça polêmica, sem duvida, mas o que se discute tem tudo a ver com o que estamos vivendo nos dias de hoje.

Recomendo.
Abraços!!

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