quarta-feira, 13 de maio de 2009

PLAY

Está em cartaz no delicioso Teatro Solar de Botafogo a nao menos deliciosa peça 'Play'. Um gostosissimo jogo de palavras, jogo de interpretações e jogo com a platéia que prende o publico do inicio ao fim, com diálogos bem interessantes e de dupla, ou tripla, interpretações. Tem momentos bem inteligentes na peça, e no texto do Rodrigo Nogueira. Como exemplo, uma cena que adorei, os atores estao falando sobre ingressos de teatro, quando a intençao muda e "parece" que estao falando sobre o relacionamento entre eles, mas nao estao. Ainda é sobre os ingressos. Genial.

A ideia de se basear no Sexo, Mentiras e Videotape pra contar essa historia, escrever este texto é muito interessante. Até que ponto as mentiras podem ser verdade? Até que ponto, o jogo da verdade-ou-mentira comanda nossas ações diárias? Ou nossos "dramas diários"? So mesmo vendo a peça e participando deste "to play" (brincar, jogar, atuar, apertar o botão do videotape) pra entender, ou nao, como a mentira nos envolve o tempo todo.

A direção do Ivan Sugahara é agil, com marcas bem definidas de espaços e dando aos atores oportunidades de mostrarem seus talentos. Sem falar que comanda com maos de ferro toda a ligação entre cenário, figurino, luz, trilha e projeção.

E falando na parte técnica, o cenário é composto de uma bem costurada cortina de voil de cima a baixo, limitando a caixa cenica, criando coxias, e 5 cadeiras e 2 meses, muito bem construidas, que se transformam em belos ambientes. Mérito de Rui Cortez que assina toda a direção de arte, incluindo os otimos figurinos.

A luz de Renato Machado nao varia muito e nem pontua os cenários, mantendo tudo sempre numa geral branca.

Agora são os atores que merecem os aplausos. Todos estao otimos. Daniela Galli ganha a gente logo de cara, Maria Maya tem DNA! E nao foge às origens! Òtima! Os meninos Jonas Gadelha e Rodrigo Nogueira sabem exatamente as intenções de suas falas e de seus personagens. Todo o elenco é muito bom.

Tem um momento que a peça fica um pouco cansativa, mas é um pequeno momento. Parece que a brincadeira está girando em volta dela mesma. E fica no ar aquela sensação de q nao se vai chegar a lugar nenhum. Mas o jogo ja está feito e cabe ao publico esperar para o desfecho final. E, como é de se esperar, um bom final.

Vale a pena ve mesmo a peça e deixar se envolver por esse jogo. É jogo q nao acaba mais! E o saldo muito positivo.

Bela produção!!

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