Tenho pouca intimidade com Clarice Lispector. Assisti
algumas entrevistas, li contos, mas sempre gosto muito do estilo e da forma
como Clarice consegue, brilhantemente, usar palavras incomuns para definir
objetos, sentimentos, situações. Um dos meus contos favoritos é o “Feliz
Aniversário”, que está na coletânea “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do
Século XX” (Ed.Objetiva) que ganhei de Natal há 5 anos reli algumas vezes.
Está de volta ao Rio, o exemplar espetáculo “Simplesmente
Eu, Clarice Lispector”, no Teatro Fashion Mall, em São Conrado. Aliás, duas
salas muito confortáveis, onde quem ganha, sempre, é a platéia. O espetáculo
reúne entrevistas de Clarice, com belos exemplos de sua literatura. Como
diz no programa, “o espetáculo mostra a trajetória desta mulher (Clarice) em
direção ao entendimento do amor.” Diz mais ainda: “...seus personagens
dialogando sobre vida e morte, criação, Deus, cotidiano, palavra, silêncio,
solidão, entrega, inspiração, aceitação e entendimento”. Ora, o que mais posso
acrescentar? Fiquei muito tocado ainda no final da apresentação quando Beth faz
uma declaração de amor à vida, à solidariedade e ao teatro.
Tudo já foi escrito e falado sobre este espetáculo-exemplo.
Elogiar mais uma vez seria “chover no molhado”. Mas não posso deixar de fazer
comentários favoráveis a este espetáculo que, para mim, foi uma aula de
elegância.


Uma produção impecável da Self Produções Artísticas com a
mão certeira de Pierina Morais cuidando de tudo com carinho e dedicação.

Se você ama teatro, se está disposto a ser envolvido por uma qualidade, beleza, competência e sabedoria, corra já para lá enquanto a peça estiver em cartaz e não perca esta oportunidade. Um exemplo para todos nós.
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