domingo, 12 de maio de 2013

SARJETA, Meu Mundo Caiu



O tema “mudar para continuar vivendo” tem sido recorrente nestas últimas opiniões sobre teatro. Coincidência? Em “Tarja Preta”, a fossa com drogas, com a busca pela solução daquela dor. Em “Felicidade”, a mudança de vida em busca da alegria de viver. E agora em “Sarjeta, meu mundo caiu”, o tema é similar. O que mais me impressiona é que neste momento da minha vida, não tomei um toco, não penso em mudar de vida. Apenas gostaria de sair do Brasil e ir morar de vez na Europa, mas isso é um plano para daqui a 20 anos. Não impossível. Estou trabalhando neste sentido. Mas em nada tem a ver com mudanças em busca de felicidade... vai ver o cosmos está querendo me mostrar algo, mas nao to vendo...

Ja comentei que fiz terapia por bons 6 anos e em Sarjeta vemos uma mulher, abandonada pelo seu amor, encontrando na músico-terapia a forma de encarar este momento de dor. Magdalena Volpe, a personagem, entre uma música e outra conta os motivos que a levaram àquele local, àquela terapia. Magdalena abre seu coração para a terapia, exorciza aquele demônio, e no fim descobre que só existe uma pessoa importante em seu mundo: ela mesma.

Escrita e dirigida por Márcio Azevedo, em cartaz no teatro Cândido Mendes, “Sarjeta” é “um dos melhores besteiróis dos últimos tempos deste ano”! Com um texto ágil, divertido e inteligente, recheado de piadas novas e antigas (sem perderem o tempo histórico), Márcio inclui no cardápio todos os tipos de sofrimentos e respostas que uma mulher de meia idade, em franca tristeza é capaz de fazer para se recuperar da desilusão e se vingar da humilhação.

Na direção, Marcio deixa livre o talento de Gustavo Mendes falar mais alto, porém consegue utilizar todos os recursos do micro-palco, explorando cantinhos, brincadeiras com a plateia, posição dos músicos e artista no palco. A escolha dos temas musicais nao podia ser melhor para o momento de fossa, de sarjeta. Perolas da MPB como Sufoco, Vingativa, Abandonada e Eu sou a outra, entre outras músicas, são cantadas por Gustavo e acompanhada em coro pela plateia.

Não tem muitos objetos cênicos, apenas um aparador com rodinhas, garrafa, copo e cinzeiro. O figurino sim é bem interessante. Ambos assinados por Beto Carramanhos, que também é responsável pela maquiagem (visagismo) de Gustavo Mendes. No palco temos ainda a percussão de Flavia Torga e do pianista Julio Fonseca. Ótimos!

O espetáculo mesmo é Gustavo Mendes. Conhecido do grande publico pelas suas brilhantes interpretações da presidenta Dilma. E não é só de Dilma que vive Gustavo
Sua imitação de Ana Carolina é impagável. Mas em “Sarjeta” temos apenas Magdalena Volpe. Gustavo canta muito bem, é afinado e sabe cantar. Gustavo nos faz rir apenas com um olhar. Um comediante completo. O grande público precisa conhecer cada vez mais o seu grande talento.

“Sarjeta, Meu Mundo Caiu” é diversão garantida para quem gosta do gênero besteirol. Eu adoro! Faz tempo que não me divirto tanto, de dar gargalhadas de doer a barriga e o maxilar. Vá ao teatro conhecer o grande talento da dupla Márcio Azevedo e Gustavo Mendes e saia do espetáculo com a gargalhada em dia e pronto para enfrentar nossos dramas e comédias diários!

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